quinta-feira, dezembro 04, 2008

Introdução

A nanotecnologia está associada a diversas áreas como a medicina, electrónica, ciência da computação, física, química, biologia e engenharia dos materiais. O princípio básico da nanotecnologia é a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos.

Robótica é um ramo da
tecnologia que engloba mecânica, electricidade, electrónica e computação, que actualmente trata de sistemas compostos por máquinas e partes mecânicas automáticas e controladas por circuitos integrados, tornando sistemas mecânicos motorizados, controlados manualmente ou automaticamente por circuitos eléctricos. As máquinas, pode-se dizer que são vivas, mas ao mesmo tempo são uma imitação da vida não passam de fios unidos e mecanismos, isso tudo junto concebe um robô. Cada vez mais que as pessoas utilizam os robôs para suas tarefas.

O que é a nanotecnologia?


A nanotecnologia é a capacidade potencial de criar coisas a partir do mais pequeno, usando as técnicas e ferramentas que estão a ser desenvolvidas nos dias de hoje para colocar cada átomo e cada molécula no lugar desejado.
Fala-se com frequência da nanotecnologia como uma "tecnologia de objectivos gerais". Isso deve-se ao facto de que na sua fase madura terá um impacto significativo na maioria de industrias e áreas da sociedade. Melhorará os sistemas de construção e possibilitará a fabricação de produtos mais duráveis, limpos, seguros e inteligentes, tanto para casa, como para as comunicações, os transportes, a agricultura e a indústria em geral.
Imagine-se dispositivos médicos com a capacidade para circular na corrente sanguínea e detectar e reparar células cancerígenas antes que se estendam.
Tal como já aconteceu com a electricidade com os computadores, a nanotecnologia melhorará em grande medida quase todas as facetas da vida diária. Como tecnologia de objectivos gerais, porém, teria um uso duplo, ou seja, teria múltiplas aplicações comerciais e também militares: seria possível produzir, por exemplo, armas e aparelhos de vigilância muito mais potentes. A nanotecnologia representa, portanto, incríveis vantagens para a humanidade mas também graves riscos.

História da Nanotecnologia


A Nanotecnologia é fundamentalmente a engenharia de materiais a partir de átomos e moléculas. É mais complexo que isso, mas a história da Nanotecnologia - se quisermos resumir 2.500 anos num minuto - começou com a hipótese atómica, dos gregos, de que a matéria não é infinitamente divisível, mas que vem em grãos.
No começo do século passado, as pessoas ainda não acreditavam que átomos existissem. Uma das pessoas que contribuiu para transformar os átomos em realidade foi Einstein. No século passado, a teoria atómica progrediu rapidamente, até que na década de 80, nós começámos a dispor de instrumentos que nos permitem ver directamente os átomos. E à medida que se sabe que os átomos existem, que existem instrumentos para vê-los e manipulá-los, e há o exemplo da natureza, que produz de uma bactéria a um ser humano, sabe-se que organizando essas estruturas é possível pensar em engenharia a partir de átomos. Por uma razão muito simples: porque toda nossa civilização é feita em cima de materiais. Moramos numa casa, feita de tijolos de cimento, paredes revestidas de tinta, enfim, criamos materiais artificiais que atendam às nossas necessidades específicas, ao nosso bem-estar.

Vantagens da Nanotecnologia


O uso da nanotecnologia molecular nos processos de produção e fabricação poderia resolver muitos dos problemas actuais. Como por exemplo:




  • A escassez da água é um problema sério e crescente. A maioria do consumo de água é usada nos sistemas de produção e na agricultura. A fabricação de produtos através da produção molecular poderia mudar esse facto.


  • As doenças infecciosas causam problemas em muitas partes do mundo. Produtos simples como tubos, filtros e mosquiteiros poderiam diminuir este problema.


  • A informação e a comunicação são ferramentas úteis, porém, em muitos dos casos nem todos têm acesso a elas. Com a nanotecnologia, os computadores seriam extremamente baratos.


  • Muitas localidades ainda carecem de energia eléctrica. Contudo, a construção de forma eficaz e barata de estruturas ligeiras e resistentes, equipamentos eléctricos e aparelhos para armazenar a energia solar permitiria o uso de energia solar como fonte primária e abundante de energia.


  • A degradação ambiental é um problema grave em todo o mundo. Os novos produtos tecnológicos permitiriam que o impacto ambiental em actividades humanas fosse muito menor.


  • Muitas zonas do mundo não poderiam desenvolver rapidamente uma infra-estrutura de fabricação ao nível dos países mais desenvolvidos. A fabricação molecular pode ser auto-contida e limpa: uma única caixa a uma simples mala poderia conter tudo o que é necessário implementar, de forma a levar a cabo a revolução industrial a nível de povoação.


  • A nanotecnologia molecular poderia fabricar equipamentos baratos e avançados para a investigação médica e do campo da saúde. Uma das consequências positivas seria uma maior disponibilidade de fármacos mais avançados.

A pobreza material, os problemas sanitários e a ignorância originam muitos problemas sociais. A nanotecnologia molecular poderia contribuir para reduzir uma grande parte de todos estes problemas e para reduzir o sofrimento humano inerente a estes.

Riscos da Nanotecnologia

A nanotecnologia é um avanço tão importante que inclusive até podia ser comparada à Revolução Industrial, no entanto, com uma diferença destacável, no caso da nanotecnologia o grande impacto será perceptível em apenas alguns anos, atingindo a humanidade desprevenida com os riscos que tal impacto contém. Eis alguns pontos necessários para levar em consideração:


  • A nanotecnologia originará mudanças na estrutura da sociedade e no sistema político.

  • A nanotecnologia poderá vir a ser a causa de uma nova corrida ao armamento entre dois países concorrentes, isto porque, os custos de produção de armas e aparelhos de espionagem terão uma redução significativa, além disso, podem vir a ser fabricados produtos mais pequenos, potentes e numerosos.

  • A produção pouco dispendiosa e a duplicação de projectos podem originar grandes mudanças na economia.

  • O uso excessivo da exploração de produtos baratos poderá desencadear importantes danos ao meio ambiente.

  • O intuito por parte da administração ao controlar estes e outros riscos poderá levar à aprovação de uma normativa excessivamente rígida que, por sua vez, poderá originar uma procura no mercado negro, aumentando consideravelmente os riscos, visto que tornar-se-ia fácil traficar produtos pequenos e bastante perigosos, assim como, as nanofábricas.
    Existem riscos de diversa natureza e elevada gravidade, os quais nem sempre terão a mesma solução.

  • As soluções incompletas não terão qualquer êxito. É improvável encontrar uma dada resposta adequada a uma dada situação sem meticulosa planificação prévia.


Para poder usufruir dos enormes benefícios da nanotecnologia molecular, é imprescindível defrontar os riscos e resolvê-los. Para tal, devemos de antemão compreende-los e seguidamente, desenvolver planos de acção para preveni-los. A nanotecnologia molecular irá permitir a realização da fabricação e de protótipos de uma grande variedade de produtos bastante eficazes.
Esta capacidade de fabricação será rápida, visto que os últimos passos necessários para desenvolver a tecnologia serão mais simples que os primeiros, e muitos deles terão sido planificados durante o próprio processo. A chegada repentina da fabricação molecular poderá não dar tempo suficiente para ajustar-se à suas implicações. Por essa razão, é imprescindível uma preparação adequada.
A combinação de diversos riscos poderia piorar a gravidade de cada um. Cada solução deve ter em conta o impacto que teria sobre outros riscos.
Alguns dos riscos têm origem na falta de pouca regulação, outros, porém, na sua excessiva regulação. Diferentes tipos de regulação serão necessários nos diferentes casos. Uma resposta demasiado severa ou exagerada em qualquer destes riscos iria dar à origem de outros riscos de natureza diferente. Por essa razão, deve-se evitar a tentação e impor soluções aparentemente óbvias e simples em problemas únicos. Eis algumas ideias de possibilidades de regulação no campo da nanotecnologia. Uma única abordagem (comercial, militar, informação livre) não poderá evitar todos os riscos da nanotecnologia. A própria descoberta de alguns possíveis perigos da nanotecnologia é tão grande que a sociedade não poderá assumir o risco de diferentes métodos para impedi-lo. Não podemos tolerar uma fuga de auto-replicadores ou a corrida inconstante de armas fabricadas através da nanotecnologia. Tecer um fio condutor entre todos os riscos requer de antemão um processo de planificação bastante cuidadoso.

Personalidades da Nanotecnologia


A nanotecnologia parece ter como "avô" o falecido físico e Prémio Nobel Richard Feynman. A ele se atribui uma palestra visionária no final de uma reunião anual da Sociedade Americana de Física, a 29 de Dezembro de 1959, no California Institute of Technology (mais conhecido por Caltech). Depois de uma festiva convivência, muitos dos assistentes duvidaram se Feynmam estaria a gozá-los (dado o seu mítico pendor para o humor) ou se já não estaria sóbrio, quando os mimoseou com o tema "There's plenty of room at the bottom - Invitation to enter a new field of Physics". A assistência agitou-se quando ele perguntou com ar sério: "Porque não haveremos de meter os 24 volumes da Enciclopédia Britânica na cabeça de um alfinete?", e explicou numa linguagem quase hermética como isso seria possível. Seriam precisos, contudo, mais de 30 anos para o tema ganhar repercussão pública. Foi em 1992 que Eric Drexler, um ex-estudante do MIT, foi ouvido pelo subcomité de Ciência, Tecnologia e Espaço do Senado, onde liderava Al Gore. O jovem Drexler havia lançado o tema em 1981 com um artigo científico que falava de desenho de proteínas como via para a fabricação a nível molecular. Cinco anos mais tarde escreveria o seu clássico "Máquinas da Criação" e espalhava o conceito de "nanotecnologia", um novo palavrão da alta tecnologia nascido do nano, a bilionésima parte do metro (a milionésima parte do milímetro). Muita gente da academia o considerou "maluco" ou "excêntrico" e mesmo gente do meio da alta tecnologia, como Phillip Barh, da Hewlett-Packard, o condenou, então, como "uma fraude". Foi Drexler - o verdadeiro "pai" da tecnologia do nano - que "desencaminhou" Aristides Requicha para esta área nova há sete anos atrás. "Ele tem sido um 'evangelista' e é responsável, em boa parte, pelo interesse que a nanotecnologia tem suscitado. Sem ele, provavelmente eu não teria ouvido falar do assunto na altura em que lancei o meu laboratório. Eu pensei que mesmo que ele se enganasse em 95% do que dizia, os restantes 5% ainda valiam a pena", recorda Requicha. Deve-se a Al Gore, já como vice-presidente de Clinton, o lançamento da Iniciativa Nacional de Nanotecnologia em 2000, que, desde essa altura, tem recebido dotações significativas: 422 milhões de dólares em 2001, 604 milhões em 2002 e
previstos 710 milhões para 2003. Drexler, por seu lado, lidera o Foresight Institute
sediado em Palo Alto, no Silicon Valley.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

O que é a Robótica?


A robótica refere-se ao estudo e utilização de robôs. De uma forma simplista, um robô é uma máquina que, capaz de acções independentes, realiza uma dada tarefa, sem ser continuamente supervisionado por um operador humano, em contraste com uma máquina comandada à distância que necessita de alguém para controlar o seu movimento. É vulgar chamar autómato a todo o tipo de robôs, tentado generalizar um nome que teve a sua origem em bonecos mecânicos altamente sofisticados e implementados no século XVII.


O termo robótica surgiu pela primeira vez pelo cientista americano e escritor, Isaac Asimov, que nasceu a 2 de Janeiro de 1920 e faleceu a 6 de Abril de 1992. Tomando como provável que os robôs ganhassem inteligência, este formulou três leis, mais tarde reconhecidas como “As três Leis da Robótica”:


  • 1ª Lei – Nenhum robô pode ferir um ser humano, nem permitir que sofra, por inacção, qualquer dano.


  • 2ª Lei – Um robô tem de obedecer às ordens que lhe forem dadas pelo ser humano, a menos que contradigam a primeira lei.


  • 3ª Lei – A obrigação de cada robô é preservar a própria existência, desde que não entre em conflito com a primeira ou segunda lei.

História – dos autómatos rudimentares aos robôs actuais

Um autómato é uma máquina que leva, no seu interior, um fonte de energia capaz de mover um conjunto de mecanismos combinados engenhosamente para imitar o movimento de um ser vivo.
Constata-se a existência de diversos autómatos utilizados como diversão nas cortes ou nas feiras populares durante a Idade Média e o Renascimento, que foram construídos por relojoeiros e homens da ciência. O mais conhecido de todos eles é o famoso leão animado de Leonardo da Vinci.

A palavra «autómato» significa «capaz de se mover por si mesmo». Contudo, o que distingue os actuais autómatos dos seus predecessores é que não só são capazes de se moverem por si mesmos, mas também podem calcular a trajectória dos seus movimentos. A primeira máquina capaz de calcular automaticamente foi inventada por Blaise Pascal no século XVII, e podia ser utilizada para realizar adições e subtracções. Nos finais desse século, Leibniz idealizou o sistema de roda escalonada. Este sistema, que permitia à máquina de calcular efectuar automaticamente adições, subtracções, multiplicações e divisões, continuou a ser empregado para construir calculadoras automáticas até há relativamente pouco tempo.
No século XVIII, construíram-se autómatos muito mais complexos que os da Idade Média. No seu interior articulava-se grande quantidade de minúsculas engrenagens, molas e alavancas. O mais famoso construtor de autómatos desse século foi Vaucanson, que em 1737 construiu o «Tocador de flauta», que era capaz de mover os dedos, os lábios e a língua com grande realismo, enquanto interpretava uma dezena de peças musicais, tendo também outras peças hoje em dia possíveis de encontrar no Conservatório de Artes e Ofícios de Paris.

Os autómatos do século XIX foram desenhados não tanto como mera distracção, mas procurando uma rendibilidade económica. Joseph Marie Jacquard inventou em 1806 um sistema de cartões perfurados, por meio dos quais se podia programar qualquer tipo de máquinas automáticas, incluindo os computadores, até há pouco mais de duas décadas.
Outro exemplo da integração das máquinas automáticas no desenvolvimento económico é a máquina de Charles Thomas, que data de 1820. Era uma máquina semelhante à de Leibniz, mas que podia fabricar-se a baixo custo e em escala industrial.
Charles Babbage começou em 1832 a sua máquina analítica. As máquinas de calcular mecânicas construídas até então não podiam funcionar sem a constante intervenção de um operário. Este introduzia os números, accionava as teclas e mecanismos e ia copiando os resultados parciais. Quanto maior é a intervenção humana no processo de cálculo, mais aumenta a probabilidade de erro. A máquina de Babbage significou uma autêntica revolução no terreno das máquinas automáticas. A sua importância radica no seu esquema de raciocínio que é o mesmo dos computadores actuais, aos quais se adiantou mais de um século. Os elementos da máquina analítica são: um armazém de memoria, onde se guardam os dados; uma unidade aritmética-lógica, encarregada de realizar as operações, levadas a cabo na ordem lógica; os dispositivos de entrada, que permitem introduzir tanto os dados como as instruções de operação, o que hoje em dia chamamos de programas, e os dispositivos de saída, através dos quais recebemos os resultados.

Nos finais do século XIX, Herman Hollerith teve a ideia de aplicar as máquinas automáticas no tratamento de informação. Esta ideia foi fundamental para o desenvolvimento dos autómatos, ao mesmo tempo que assentou as bases da informação do século XX. Nos Estados Unidos realizava-se em censo todos os dez anos, em 1886, contudo, ainda não terminara o de 1880 e, ao ritmo que se estava a trabalhar, não parecia possível conclui-lo antes de 1890, data em que se teria de começar a trabalhar para o censo seguinte. Hollerith constatou que muitas perguntas se respondiam com um simples sim ou não, e decidiu representar o sim com uma perfuração num cartão de Jacquard, enquanto, se a resposta era não, optou por não efectuar nenhuma perfuração no lugar destinado a essa pergunta. Algumas perguntas não podiam ser respondidas com um som ou não. A resposta, então, podia ser representada por meio de uma combinação de perfurações, o que se chama um código.
Hollerith também idealizou um sistema eléctrico de leitura de cartões. Baseava-se no facto muito simples: através de uma perfuração podia passar a corrente e, em contrapartida, como o papel é um bom isolador, era impossível que a corrente passasse pelos pontos do cartão que não tivessem sido perfurados.
A maquina idealizada por Hollerith, que constatava de uma leitura de cartões, uma tabuladora do censo com uma velocidade cem vezes maior do que quando se efectuavam de forma manual. Para obter proveito do seu invento, Hollerith fundou a sua própria empresa, que anos mais tarde se converteria na firma IBM, uma das siglas mais notáveis da informática.

Leonardo Torres Quevedo foi o autor do famoso xadrezista, um autómato que conseguia dar sempre xeque-mate jogando com torre e rei contra rei. Se o adversário jogava realizando uma jogada anti-regulamentar, o autómato avisava-o duas vezes e, à terceira armadilha, bloqueava a partida. O engenheiro espanhol publicou, em 1913, a sua famosa obra Ensayo sobre automática, em que se tratava de temas relativos ao que hoje chamaríamos de robótica e as suas aplicações. Esta obra influenciou enormemente o professor Howars Aiken, que em 1944 conseguiu concluir o primeiro computador da história, a que chamou MARK I.

Com o aparecimento dos computadores, abria-se uma nova etapa na história dos autómatos, já que estes deixavam de ser apenas máquinas capazes de se mover por si mesmas e começaram a ser maquinas dotadas d inteligência. Os autómatos actuais são capazes de efectuar raciocínios e de actuar em função das informações que recebem do ambiente.
Os autómatos actuais possuem mecanismos de controle, adaptação ao meio e comunicação, que até há pouco tempo eram património exclusivo dos seres vivos. A este conjunto de mecanismos referiu-se Norbert Wiener quando cunhou a palavra cibernética, derivada da palavra grega kybernetes, que significa «timoneio» ou «piloto». Os seres vivos, com efeito,recebem constantemente informação do seu ambiente através dos sentidos.essas informações chegam ao cérebro, que as analisa e dá ordens oportunas aos músculos para que se efectuem os movimentos de resposta adequados. Uma maquina inteligente dispõe de sensores de temperatura e pressão, de sistemas de visão arteficial e de síntese de voz, através dos quais pode captar informações do seu ambiente. Essas informações chegam até ao computador, que calcula a trajectória adequada e dá as ordens oportunas aos mecanismos do autómato, para que este realize os movimentos de resposta adequada.

O maior sucesso da automática são os robôs industriais. A palavra robô deriva da palavra checa robornik, que significa «servo». O primeiro robô industrial foi construído por Georg Devol em 1960. Podia realizar diversos trabalhos, utilizava diversas ferramentas e era controlado por computador.
Ao contrário dos autómatos construídos nos séculos anteriores, os robôs industriais nascem, mais do que da fantasia, de uma necessidade pratica: aumentar a qualidade dos produtos e melhorar a produtividade das empresas. Depois do aparecimento do microprocessador, na década de sessenta, estes objectivos puderam ser cumpridos. Os robôs actuais substituem a mão-de-obra humana em trabalhos perigosos, repetitivos ou que se realizam em ambientes contaminados. Muitos países, com o Japão à cabeça estão a investir fortes somas de dinheiro para financiar as investigações que estão a ser levadas a cabo na robótica, e que podem conseguir a curto prazo que as previsões dos relatos de ficção científica fiquem aquém da realidade.

Principais aplicações industriais

Os robôs industriais instalaram-se de preferência em ambientes de trabalho hostis e perigosos. Os trabalhos de fundição são um exemplo. Os robôs encarregam-se de transportar peças fundidas a altas temperaturas e de cortar o material que sobra, assim como de analisar os cantos, aumentando a produtividade deste tipo de empresas entre 30% e 40%.
Também se instalaram robôs industriais nos trabalhos de prensagem, já que se desprendem pedaços de chapas metálicas que podem ferir os trabalhadores.
Os robôs também são utilizados em ambientes tóxicos, como, por exemplo, na pintura industrial dos electrodomésticos. A indústria automóvel foi a primeira a automatizar-se. Nas grandes fábricas, os robôs realizam as tarefas de pintura dos automóveis.
As colagens libertam gases e aerossóis que são tóxicos e podem produzir alergias na pele do ser humano. Estes adesivos são cada vez mais frequentes em muitas indústrias, visto atingirem um grau de eficácia tão elevado que podem substituir a soldagem. Este sector da produção também se esta a reproduzir rapidamente.
Os robôs também são especialmente úteis para substituir o ser humano nos trabalhos cansativos, como, por exemplo, nas cadeias de montagem. Os robôs equipados com ferramentas de soldadura colocam-se em bateria, enquanto as peças avançam por um tapete móvel. As operações de soldagem foram as primeiras a robotizar-se.
Se o controle de qualidade dos produtos se realiza manualmente, produzem-se muitos erros, porque é um trabalho muito repetitivo e é fácil perder a concentração. Os robôs equipados com raios laser podem medir as dimensões das peças com uma grande precisão. O computador recebe os dados dessas medições e compara-os com a medida exacta das peças que tem armazenada na sua memória. Se ambos os dados não coincidem, dá ordens ao robô para retirar a peça defeituosa.

Elementos mecânicos de um robô industrial
Ao braço de um robô industrial podem-se acoplar tanto mãos mecânicas como diferentes ferramentas. As mãos mecânicas são dispositivos que permitem ao robô agarrar as peças com que trabalha. Existem dois tipos de mãos mecânicas: as de sujeição por meio de pressão e as pinças. As de sujeição são compostas por dois ou três dedos que podem girar em todas as direcções para pegar no objecto. As pinças, pelo seu lado, têm de ser firmes, para que o objecto não escape, e suaves ao mesmo tempo, para não o danificar.
É difícil fabricar pinças que cumpram as duas condições, sobretudo se o objecto é pesado. Neste caso as pinças podem ter integrados electroímanes ou ventosas, de forma que o objecto adira e seja mais fácil agarrá-lo.
Além das mãos mecânicas, ao braço do robô também se podem acoplar muitos tipos de ferramentas: facas, escovas, eléctrodos de soldadura, brocas, polidoras, etc.

Elementos motrizes de um robô

Um robô industrial pode obter de diferentes tipos de motores a energia de que precisa para poder mover-se. Os mais utilizados são os hidráulicos, os pneumáticos e os electrónicos.

Sistemas de controlo de microprocessadores
O microprocessador de um computador pode dirigir os movimentos de um robô sempre que possua um programa adequado. Os sensores do robô captam informação do seu ambiente e enviam-na para o computador. Este, depois de a analisar, calcula matematicamente a trajectória apropriada. Depois de determinadas as coordenadas do ponto para onde o robô tem de se dirigir, o computador envia os impulsos eléctricos necessários para os motores para que o robô efectue os movimentos oportunos.
Podem ser utilizados quatro tipos de controlo. O mais simples é o controle ponto a ponto, costuma usar-se em trabalho em que é preciso que o braço do robô passe alguns pontos determinados, não interessando o resto da trajectória. O sistema é relativamente simples, já que só é preciso armazenar na memória do computador a informação relativa aos pontos onde o braço tem que parar.
O segundo tipo recebe o nome de servoconcrole. Este sistema vai corrigindo, constantemente, a posição do braço do robô, até conseguir aproximá-lo do ponto preciso.
O terceiro tipo de controle recebe o nome de controle contínuo da trajectória. Neste sistema é necessário que um trabalhador arraste o braço do robô, com a velocidade conveniente e através da trajectória exacta, de maneira que o computador memorize as posições. A partir desse momento, o robô poderá repetir o movimento sem ajuda humana.
O último tipo de controle recebe o nome de sistema gerador de trajectórias. É o procedimento mais complicado, já que o computador tem que utilizar um conjunto de programas informáticos muito elaborados que lhe permitam calcular, matematicamente, a trajectória completa. Estes sistemas só se utilizam nos robôs mais avançados.

Sensores
Os robôs mais avançados utilizam sistemas um pouco semelhantes aos nossos sentidos da visão, do ouvido e do tacto, para analisar o ambiente que os rodeia. Estes sistemas são, fundamentalmente, sensores de posição, temperatura e pressão, sistemas de visão artificial e sistemas de som.

Os autómatos do futuro

Com o aparecimento do microprocessador, na década de setenta, realizaram-se previsões demasiado optimistas sobre o futuro dos autómatos. Julgavam-se que nos finais do século XX, os consumidores disporiam de autómatos inteligentes a que se poderiam dirigir falando a sua própria língua. Além disso, graças aos seus sensores, estes robôs poderiam adaptar-se ao ambiente de forma semelhante à dos seres vivos. Equipados com programas de inteligência artificial, seriam capazes de tomar decisões em situações não colocadas de antemão, mesmo com o risco de se enganarem, como acontece com os humanos.
Estes autómatos seriam tanto robôs industriais, que poderiam realizar grande número de trabalhos produtivos, como robôs domésticos, que atingiriam uma difusão semelhante à que tiveram os computadores.
Hoje sabemos que estas previsões eram demasiado optimistas. Teremos de esperar várias décadas para que os autómatos sejam capazes de aprender com as suas experiencias, para que possam tomar decisões em situações complicadas, para que possam inclusive ajudar-nos a tomas as nossas. Será necessário que passe algum tempo antes de poderem compreender e interpretar adequadamente a ironia, o sentido de humor, as frases feitas e, em geral, toda a subtileza da linguagem humana. Hoje em dia, só são capazes de interpretar ordens concretas, sempre que tenham memorizado previamente os registos de voz do utilizador.
Quanto aos sistemas de visão artificial, podemos dizer que, apesar de ser fácil captar uma imagem, o difícil é interpretá-la. O cérebro humano, quando recebe a imagem de um cavalo em movimento, da estátua de um cavalo, de um cavalo morto ou inclusive do seu esqueleto, sabe sempre que se trata de um cavalo. Ainda falta muito para que um robô possa fazer algo semelhante.

Problemas colocados pela automatização
Uma consequência muito temida da automatização é o desemprego. Podemos dizer, contudo, que as novas tecnologias são apenas um dos factores que intervêm nesse problema. A política económica dos governos, o preço da energia, o crescimento da população e a situação do mercado mundial, por exemplo, são outros factores que intervêm, de forma que é muito difícil determinar o papel exacto que desempenha a automatização no desemprego.
A tecnologia, além disso, não só destrói postos de trabalho, mas cria outros novos. Mas, em geral, este trabalho, exigem uma preparação profissional mais elevada de que carecem os trabalhadores que ficaram parados. Por outro lodo, os postos de trabalho gerados não se produzem na mesma empresa, nem sequer na mesma região ou no mesmo país. Alguns economistas defendem o conceito de mobilidade laboral, já que no futuro vai ser muito difícil conservar o mesmo trabalho na mesma localidade ou na mesma empresa, durante toda a vida.
A ideia de que as novas tecnologias criam tantos postos de trabalho como os que destroem é difícil de sustentar actualmente. Por este motivo, tanto os governos como as empresas começam a estudar a possibilidade de reduzir a jornada laboral, fomentar o trabalho a tempo parcial e eliminar as horas extraordinárias, entre outras medidas encaminhadas para a redução das fortes taxas de desemprego que se sofre na Europa.
Outro factor a ter me conta é que o desenvolvimento das telecomunicações está a acabar com as barreiras naturais que até agora defendiam a intimidade dos dados pessoais: o tempo e o espaço. Com efeito, sem os actuais meios telemáticos não era fácil, até há pouco tempo, obter informação sobre pessoas que viviam em lugares remotos. Além disso, os dados relativos às pessoas próximas iam sendo esquecidos com o passar do tempo. Contudo, nos nossos dias, a informatização torna possível aceder a esses dados em segundos, apesar de terem sido armazenados vários anos antes. Por outro lado, o desenvolvimento das telecomunicações permite enviar dados pessoais para lugares muito longínquos de forma praticamente instantânea. Desta maneira, as duas barreiras naturais, o espaço e o tempo, já não nos protegem.
Os gostos das pessoas serão cada vez mais uniformes e, no fim do processo, perder-se-á qualquer vislumbre de individualidade e de liberdade. A sociedade inteira estará submetida a um suposto bem comum tecnocrático.

A sociedade de ócio
Segundo outros especialistas, podemos ser mais optimistas em relação ao futuro. Melhorarão as condições de trabalho, já que os autómatos se ocuparão das tarefas mais duras, perigosas, degradantes ou repetitivas. Com o desenvolvimento da telemática, muitos dos trabalhos que os robôs não realizarem poderão ser efectuados a partir do próprio lar, já que o computador doméstico disporá dos sistemas audiovisuais adequados e estará ligado através do telefone com os computadores dos centros de trabalho. Uma consequência imediata deste fenómeno é a dispersão da população. Já não será necessário que os trabalhadores se concentrem em cidades enormes com todos os inconvenientes que isso implica. Aumentará a tendência, que actualmente começa a desenhar-se, de viver em pequenas comunidades, em contacto com a natureza, de modo que as possibilidades de poupança de energia, graças à melhoria das comunicações e à construção de casas inteligentes. De qualquer modo, a partir do ano 2050, segundo s previsões, as centrais de fusão e o desenvolvimento dos supercondutores acabaram com as penúrias energéticas, já que serão capazes de proporcionar-nos mais energia do que a que necessitamos.
Como consequências da automatização, aumentará o tempo livre dos trabalhadores, já que o dia de trabalho se reduzirá progressivamente. Com o tempo, é possível inclusive que mal tenhamos de trabalhar. É o que se chamou de sociedade de ócio. Em que vamos empregar tanto tempo livre? Os mais optimistas acreditam que vamos utilizá-lo para realizar actividades criativas, lúdicas ou desportistas. Educar as novas gerações para que saibam empregar criativamente o tempo livre não vai ser fácil, mas é o desafio do futuro. Só assim podemos evitar uma sociedade na qual seja possível obter tudo menos a felicidade.

Conclusão

A tradição de construir máquinas capazes de imitar a forma e os movimentos dos seres vivos tem mais de dois mil anos, mas foi no século XX, graças ao aparecimento do computador, que o velho sonho de construir máquinas que pudesse imitar as capacidades humanas e substituir-nos no trabalho se tornou realidade. Actualmente, já realizaram trabalhos repetitivos e perigosos, e no futuro poderão substituir-nos em muitas ocupações, já que são capazes de trabalhar sem descanso em condições muito duras. O desenvolvimento tecnológico da microelectrónica, acompanhado do avanço imparável do software – linguagens e programas de computador – colocam-nos perante a chamada “inteligência artificial” num estagio já muito evoluído, que permite que um computador adquira conhecimento da sua própria experiência, o que faz parecer que um robô se comporta com inteligência. Contudo, um robô não pode pensar como nós, humanos, fazemos.